E Nem Viu o Tempo Passar

Lá estavas…

Disperso, entorpecido

Em meio às vísceras de sua puerícia

Tão marcantes em seus versos.

Embevecido pela primavera

Deveras enleado observara

O despencar das flores.

Verazmente envanecido

Por utópicas, ilógicas…

Amargo é o sabor das coisas palpáveis.

Pés que tocam o solo

Causam-lhe repugnância

Ânsia! Regurgita a realidade.

Seus decênios mal gozados

Seus anseios exauridos

Nos balcões fétidos da cidade.

E estes ponteiros incansáveis

Em intermináveis ciclos

Em suas andanças…

Não foi adulto

Não foi criança

Nem se aventurou na dança!

Velho Marujo

2 comentários Adicione o seu

  1. E Nem Viu o Tempo Passar: “Não foi adulto /Não foi criança/ Nem se aventurou na dança!”
    Esperança!…

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  2. Anderson Dias disse:

    Meu caro!

    O que fora isto? Uma obra extraordinária que por minúcias bem delata a vivência cíclica viciosa de um ser dado a boemia. Lindo texto, mais um de seus lindos textos.

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