Buraco Negro

Mil Saturnos cabiam ali...
Já não havia como separar
Se era o vazio aqui dentro
Ou o silêncio lá fora.
 
O que era imensidão
Do que era medo
Luz e escuridão
Tarde ou cedo.
 
Tudo se tornou inércia
Após o Big Bang!
 
Havia estrelas
Espelhadas no quintal
Um Júpiter por metro quadrado
Uma Antares por cada cômodo.
 
O Sol não ousava
Refletir-se sobre mim
Tornei-me Lua minguante,
No coração, eclipse.
 
Era para ser constelação
Não buraco negro!

Não me lembro dos dias
Não me lembro das noites
Só ausência e terra fria,
Lembranças são açoites.
 
Sentia-me anos-luz de mim...
Mesmo o som de Minh ‘alma
Naquele espaço não
Se fazia ouvir.
 
Era para ser infinito
Não paredes e solidão!
 
Por um momento
Imaginei-me supernova
Todavia, me descobri grão de areia,
E vi limites na Via-Láctea.

Existia tetos sobre
Não mais enxergava o céu
Ou quiçá, brilho,
Tetos nos roubam sonhos!
 
Era para ser universo em expansão
Mas, se revelou começo, meio e fim.
 
E foi tão confuso assim...

AUTORIA: Velho Marujo

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